Autoria
Esta
é uma das cartas mais pessoais de Paulo destinada à liderança de
uma igreja. Desde os primórdios do cristianismo, essa carta faz
parte do cânon neotestamentário, e desde os antigos eruditos até
os teólogos da atualidade, há firme consenso sobre sua autoria
paulina (1.1). Afinal, além de todos os fortes indícios
internos de autenticidade, Paulo fundou a igreja de Filipos em sua
segunda grande viagem missionária, sendo esta a primeira
igreja a ser estabelecida por ele na Europa (At 16).
Filipos era uma cidade pequena, fundada pelo rei Filipe da Macedônia,
pai do famoso Alexandre, o Grande.Paulo desenvolveu um profundo amor
paternal pelos irmãos da Igreja em Filipos, e sempre lhes
confidenciava intimidades, desafios e projetos. Mesmo depois de haver
cooperado financeiramente com Paulo por duas vezes antes de esta
carta ser escrita (4.6), assim que a liderança da igreja tomou
conhecimento de que o apóstolo fora aprisionado em Roma,
decidiu enviar uma terceira e generosa oferta pelas mãos de um de
seus santos líderes, Epafrodito (2.27)
Propósitos
Ainda
que o principal objetivo de Paulo, nesta carta, seja agradecer de
maneira entusiástica e formal a generosidade e amabilidade dos
irmãos de Filipos, por mais uma vez haverem tirado de si para
cooperar com as necessidades pessoais e ministeriais de Paulo em Roma
(1.5; 4.10-19), o apóstolo aproveita a oportunidade para cumprir
algumas outras funções importantes: a) fazer um relato geral das
suas circunstâncias (1.12-26; 4.10-19). b) encorajar a Igreja em
Filipos e outras que viriam a ler esse depoimento a se manterem
firmes e inabaláveis, mesmo diante das mais severas perseguições.
Paulo os exorta a se regozijarem nos sofrimentos por amor e fé em
Cristo (1.27-30;4.4). c) estimulá-los a desenvolver relacionamentos
fraternais sérios e permanentes a partir de um
caráter
humilde, dispostos a estabelecer um indestrutível
senso de unidade (2.1-11; 4.2-5). d)formalizar
a recomendação ministerial dos jovens servos Timóteo e Epafrodito
à Igreja em Filipos,(2.19-30). e) advertir os filipenses e demais
igrejas contra os judaizantes (legalistas), antinomistas(libertinos)
e místicos (defensores de uma espécie de espiritismo judaico), que
tentavam se infiltrar entre os irmãos para corromper a sã doutrina
cristã.
Data
da primeira publicação
O
contexto histórico
revela que esta carta de Paulo foi escrita quando o apóstolo
estava preso. Alguns eruditos acreditam que
esse encarceramento ocorreu em Éfeso, outros
afirmam que aconteceu em Cesareia. Contudo, as análises e
estudos mais aceitos dão conta de que Paulo estava preso em Roma,
por volta do ano 61 d.C., quando escreveu e enviou esta carta à
comunidade cristã dos filipenses. Essa interpretação histórica
corresponde ao tempo de prisão domiciliar vivido pelo após-tolo,
que fora registrado em At 28.14-31. Portanto, quando Paulo escreve
aos filipenses não estava numa masmorra ou calabouço, como ocorreu
em Mamertina – onde ficou detido quando escreveu sua segunda carta
a Timóteo – mas numa casa alugada, sob a diuturna vigia de
uma guarda especial de oficiais romanos(1.13).
Esboço
geral de Filipenses
1. Saudação
e ação de graças, e orações pelos amados filipenses
(1.3-11)
2. A
maior razão de Paulo para continuar vivo é Cristo (1.12 –
4.1)
A.
Essa a motivação para pregar sempre e
a todos (1.12,13)
B.
Mesmo preso Paulo ensina e evangeliza em Roma (1.14)
C.
A atitude de Paulo reflete o Espírito de Cristo (1.15-18)
D.
Querer estar com Cristo, mas viver pelos irmãos (1.19-26)
E.
Todo o sentido da vida reside em Jesus (1.27 – 2.30)
F.
Um estilo de vida de acordo com o Evangelho (1.27-30)
G.
Agir como Jesus agiria em cada situação (2.1-18)
H.
Timóteo e Epafrodito são exemplos de servos (2.19-30)
I.
Não há nada que se compare a conhecer a Cristo 3.1-11)
J. sempre preciso crescer e amadurecer mais (3.12-16)
K.
Inimigos da Cruz x Amigos de Jesus (3.17 – 4.1)
3.
Exortações finais (4.2-23)
A.
Chamado à unidade cristã e à concórdia (4.2-9)
B.
Testemunho final e ação de graças (4.10-20)
C.
Saudação final e bênção apostólica (4.21-23).